" Os Pais e Mães Orixás, além de serem os Tronos de
Deus, divindades manifestadores das qualidades do Criador, também são uma ideia.
A ideia do amor e toda a sua filosofia se perpetua em Oxum,
assim como a ideia da fé em Oxalá, do conhecimento em Oxóssi...
A filosofia dos Orixás levam aqueles que dela se aproxima e
analisa a uma nova consciência, e maneira de viver. Todo esse pensar, garante
moral e espiritualidade profundas, enraizando no mental e no emocional do que
se propõe a essa filosofia as características da divindade.Logo o individuo ou
a singularidade, passam por processo natural, de se transformarem como que um
"micro-orixá", pois manifesta em sua vida e meio ambiente
(interiormente e exteriormente) o pensamento, vibração e arquétipos do Orixá,
tanto daquele que o fatorou como daquele em que se criou uma afinidade.
Desta forma, em união com a ciência divina e com a teologia
umbandista, a filosofia dos Orixás, formam de fato um ser espiritual que vive
experiências humanas, mais instruído e compromissado com a fraternidade,
igualdade e liberdade.
Toda essa busca por conhecimento e sabedoria nos aproxima
não só do sagrado, como também de nós mesmos e dos que nos cercam. É claro que
essa reflexão não se encerra aqui, há muito o que se discutir e
"filosofar" sobre tema de mais profunda importância, porém que fique
um impulso para que todos os umbandistas, procurem na exposição trilógica da
Umbanda, respostas e fundamentação.
Sendo a filosofia o "amor a sabedoria" neste caso
se transforma em amor aos Orixás, a nós mesmos e aos outros, sendo a filosofia
a "filha da sabedoria", neste caso se transforma em filha dos Orixás
e nós filhos dos mesmos.
E a filosofia umbandista e a dos Orixás, continuará
estudando e falando sobre a existência, o conhecimento, á verdade, aos valores
morais e estéticos, á mente, a linguagem e etc.
Por definição a filosofia umbandista e/ou dos Orixás, é a
filosofia do ser, pois inclui a metafísica, cosmologia..., é do conhecimento
pois inclui a lógica, enfim realiza como qualquer outra a análise racional do
significado da existência humana, individual e coletivamente com base na
compreensão das divindades (Tronos de Deus) e no ser.
Não deixa de ser um conjunto de ideias ou atitudes, pois a
ideia da fé, amor, sabedoria, evolução, criatividade, verdade, ordenação,
justiça, estão como fundamentos na Umbanda, assim como as atitudes individuais
e coletivas que manifestam na prática as ideias concebidas e em análise. Não há
espaços para dogmas ou tabus nesta filosofia, pois ela é livre, inclusiva e
universalista.
A ideia da possibilidade de sermos
"micro-divindades" (aqueles que manifestam as qualidades e vivem em
conformidade delas) é real e de extrema possibilidade, basta olharmos e ver que
os cristãos, imitam e tentam os melhor que podem se aproximar das ideias,
comportamentos e qualidade de Jesus, assim acontece com o budista tradicional e
Sidarta Gautama , ou o socialista e Marx... Não há contra senso, absurdo ou
surrealismo em buscar conscientemente e de fato sermos manifestantes das mesmas
qualidades dos Tronos de Deus. Um ser que a todo instante vibra e manifesta
criatividade, vibra e manifesta Yemanjá, o ser que vibra e manifesta fé,
religiosidade sã, bondade, pacificação, vibra e manifesta Oxalá...
Pensar no Orixá não trará grandes mudanças no ser e nem no
coletivo, agora pensar e incutir no interior a ideia que é o Orixá, para
posteriormente exteriorizar, os mistérios, as características e dons dos
Orixás, transformará grandiosamente a maneira de ser, sentir, pensar e agir do indivíduo
e do coletivo.
Que mais e mais irmãos de senda, possam despertar em si, o
espírito filosófico proposto, e desta forma além de missionários e teólogos
umbandistas, sejam também filósofos da religião, uma filosofia livre, inclusiva
e caritativa."
David Veronezi.
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