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quinta-feira, 16 de abril de 2015

DECLARAÇÃO PARA A UMBANDA (Mãe e Filha)

Algo acontece dentro de mim, quando estou em contato com a Umbanda. As mãos soam, o corpo treme, o coração palpita forte, os olhos se enchem de lágrimas, o sorriso rouba a boca.
É indefinível o que se sente, e ao mesmo tempo se define como sublime, arrebatador, constante, forte, singelo, racional, emocional...
Não é absurdo dizer que a Umbanda é a razão da minha vida, pois foi ela que me devolveu tudo, ou me deu, ou então me emprestou, tudo o que é dela é meu e o que é meu é dela.
Permita-me chamar a Umbanda de Mãe, isso, ela é Mãe na mais perfeita etimologia e concepção.
Mãe generosa, acolhedora, compreensiva, mas também rígida e não menos amorosa por isso.
Que não me interpretem como fanático ou proselitista, mas Umbanda é o chão que eu piso, é aroma pois Umbanda cheira a cravo, rosa e flor de laranjeira, é meu toque, minha paixão e meu amor, é minha irmã, amiga e conselheira, é a força que me dá vida e a grandeza me conduz.
Amor transcendental, vai além das barreiras da cor, raça, opção sexual e até de religião.
Pai Francisco de Aruanda disse que se Umbanda não se chama-se Umbanda poderia se chamar tão simplesmente: CARIDADE, e não esta enganado, pois Umbanda é boa disposição de ânimo para com toda criatura, é o amor que faz e não apenas se sente, é bondade; benevolência; indulgência; perdão; compaixão.
É santa, pois só uma santa não coloca limites para ajudar os que dela se aproxima.
É corajosa pois só quem tem coragem, não se prende a tabus e dogmas.
É humilde pois aceitou diversas origens e influências para se formar e ser o que é.
É agregadora, pois não nega e nem blasfema as outras religiões, pois vê em todas elas vias evolutivas para o ser humano.
É tudo e nada ao mesmo tempo, tudo pra quem quer que seja tudo e nada pra quem quer que seja nada.
Ela não se envaidece pois sabe que é apenas a flor dos Orixás.
Ela não prende pois sabe que o verdadeiro amor é livre.
Ela não condiciona pois respeita o livre arbítrio como dom de Deus.
Ah, ela não se ofende com quem a persegue, julga, e ridiculariza, ela chora, pois ela sabe quem és, eles que não sabem o que fazem e falam.
Não pode ser condenada, pois não há condenações para a Umbanda.
Ou então Umbanda é simplesmente o toco do Preto Velho, a fumaça do cachimbo da Vovó que tem fumo, salvia, hortelã e anis estrelado, é o brado do caboclo e o piado da sucuri, é Rosinha, Pedrinho, Mariazinha e Chiquinho, é atabaque soando, é o suor do Ogã, é o cambone servindo, o chicote e o laço do Boiadeiros, a marola do Marinheiro, a dança dos Baianos, a renda da saia da Baiana, é o negro, amarelo, branco e vermelho, é Exú gargalhando e Pomba Gira dançando, é Orixá no céu e na Terra, é água, terra, fogo e ar, é Deus conosco e nós do lado de Deus.
Obrigado Umbanda, de joelhos e cabeça tocando o chão, chão que se molha de lágrimas, obrigado.
Obrigado Umbanda, pela vida, pela paz, pela força, pela coragem, por existir, por ser quem és, por me permitir ser seu filho, amigo e servo.
Santa Umbanda de Deus, filha dileta dos Orixás, Senhora dos Mistérios, Mãe de todos, acolhedora, renovadora da espiritualidade, amiga dos amigos e dos inimigos.
Obrigado, amor, gratidão... Salve e Salve minha e de todos UMBANDA.


David Veronezi.

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